quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Cobra Come Ovelha Prenhe.


Depois de engolir uma ovelha prenhe na vila de Kampung Jabor, a cerca de 200 km de Kuala Lumpur, capital da Malásia, uma cobra de seis metros de comprimento parou para descansar no meio de uma estrada local nesta terça-feira.

O réptil, que pesa cerca de 90kg, estava muito "carregado" para conseguir se mover, o que facilitou sua captura pelo Corpo de Bombeiros.
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Comentário do blog: pois é, toda vez que uma ovelha fica olhando para a "cobra", ela corre o risco de ser engolida.

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Múmia de 200 anos é encontrada no Mosteiro da Luz em São Paulo

Uma múmia e um esqueleto de cerca de 200 anos foram descobertos recentemente em paredes do Mosteiro da Luz, disse nesta terça-feira o capelão do local. Segundo o padre, operários encontraram os restos, provavelmente de freiras, quando combatiam cupins.

"Havia rastro dos cupins, e os técnicos entraram nas paredes de dentro do museu para ver o que tinha lá. Foi uma grande surpresa, não sabemos há quanto tempo a múmia e o esqueleto estavam ali", disse à Reuters por telefone o padre Armênio Rodrigues Nogueira, responsável pela Mosteiro da Luz.

Encontrados há algumas semanas, os restos foram mantidos em sigilo pelo mosteiro, que entregou a múmia e o esqueleto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O material depois será investigado por arqueólogos e antropólogos ligados ao Museu de Arte Sacra, segundo a assessoria da Arquidiocese de São Paulo.

O ambiente no qual o material foi encontrado será esterilizado, lacrado e desumidificado para evitar riscos à preservação, completou a assessoria da arquidiocese, que informou que até 1822 as freiras que habitavam o local eram enterradas ali.

O processo de mumificação, no entanto, não faz parte de nenhum rito católico.

O mosteiro foi fundado e construído em 1774 por frei Antonio de Sant'Anna Galvão, que no ano passado foi santificado no Brasil pelo papa Bento 16. A Igreja Católica paulistana considera o prédio como o mais importante monumento arquitetônico colonial do século 18 na cidade.

O Museu de Arte Sacra, onde foram encontrados a múmia e o esqueleto, é protegido por paredes de taipa e fica na área do mosteiro, que é habitado pelas chamadas Irmãs Concepcionistas. Elas se dedicam exclusivamente à oração e ao trabalho e pouco saem dali.

(Reportagem de Maurício Savarese)

Fonte: Uol/Últimas Notícias

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Discórdia Católica em Tribunal Italiano.

Juiz italiano se recusa a julgar em sala com crucifixo

O tribunal da cidade de Áquila, na Itália, condenou o juiz Luigi Tosti a um ano de prisão. Motivo: ele suspendeu três audiências porque havia um crucifixo na sala do tribunal. Depois de cumprir a pena, ele ficará ainda um ano fora da magistratura. O advogado do juiz, Dario Visconti, disse que irá apelar da decisão. Ele afirmou que Tosti não prevaricou, pois julgou o processo depois da retirada do crucifixo. As informações são da agência Lusa.

Durante as audiências em 2006, Tosti, de 59 anos, afirmou que havia um conflito entre Estado e Igreja. O juiz determinou a suspensão da sessão para que o crucifixo fosse retirado. Para ele, só deste modo o caráter laico do Estado seria restaurado. “Não se pretende ofender os cristãos. Retirar o crucifixo significa eliminar um privilégio que permita que as salas dos tribunais se convertam em verdadeiros locais laicos e neutros”, explicou o advogado.

Não é a primeira vez que Tosti sofre uma condenação por causa de suas idéias. Em fevereiro de 2006, a Suprema Corte dos Magistrados (uma espécie de Conselho Nacional de Justiça da Itália) fez o juiz mudar de cidade e cortou o seu salário por causa de seu “comportamento culposo”. O juiz propôs, em 2004, a colocação de símbolos de sua religião, o judaísmo, como a Menorá. Ele mudou de idéia posteriormente.

A colocação de crucifixos em escolas e tribunais foi determinada na década de 1920 durante o regime fascista de Benito Mussolini. Eles não são obrigatórios, mas já se tornaram hábito e tiveram sua presença ratifica pelo Tribunal Constitucional em 2004. Apesar de o Vaticano estar incrustado na Itália, o catolicismo não é religião oficial do país.

Países católicos

No Brasil, nenhum juiz chegou a ser preso por querer tirar os símbolos religiosos do tribunal. No entanto, o assunto já foi discutido no Conselho Nacional de Justiça. Em maio do ano passado, os conselheiros julgaram que o uso de símbolos religiosos em órgãos da Justiça não fere o princípio de laicidade do Estado.

O conselheiro Paulo Lobo, relator da questão, chegou a sugerir uma consulta pública, pela internet, pelo período de dois meses. No entanto, foi vencido pela maioria dos conselheiros. Oscar Argollo, que abriu divergência, argumentou que o uso de tais símbolos constitui um traço cultural da sociedade brasileira e “em nada agridem a liberdade da sociedade, ao contrário, só a afirmam”.

No Rio Grande do Sul, em outubro de 2005, os juízes estaduais decidiram em um congresso que os crucifixos poderiam continuar adornando as paredes das salas de audiências gaúchas. A decisão foi apertada: 25 votos pela manutenção e 24 contra.

Na ocasião, os juízes entenderam que a ostentação do crucifixo “está em consonância com a fé da grande maioria da população brasileira” e que “não há registro de usuário da Justiça que tenha acusado constrangimento em razão da presença do símbolo religioso em uma sala de audiência”.

No Supremo Tribunal Federal, dois ministros já se manifestaram contra a manutenção do crucifixo localizado no plenário: Celso de Mello e Marco Aurélio. Embora respeitem a Igreja Católica, os ministros entendem que, desde que Igreja e Estado se separaram, não faz sentido projetar a idéia de que um tribunal que se pretende neutro em relação aos movimentos e manifestações sociais do país projete a noção de que se subordina a algum deles.

No Pará, ficou entendido que até missas podem ser feitas nos tribunais. A ONG Brasil para Todos entrou na Justiça Federal para suspender o movimento “Reverência do Judiciário à Virgem de Nazaré”, promovido pelo juiz federal Daniel Santos Rocha Sobral.

Nas comemorações, o Tribunal de Justiça do estado recebe visitas da imagem peregrina da santa. Em cada local, uma missa é rezada. A representação foi rejeitada pelo desembargador Jirair Aram Meguerian, corregedor-geral da Justiça Federal da 1ª Região. Para ele, não se pode ignorar a manifestação cultural da religião nas tradições brasileiras.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 23 de fevereiro de 2008

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sábado, 23 de fevereiro de 2008

Jovens Sauditas Presos por Paquera.

A polícia saudita prendeu 57 rapazes acusados de flertar com meninas em shopping centers em Meca. Os jovens são acusados de vestir roupas indecentes, tocar música alta e dançar para atrair a atenção de moças, de acordo com o jornal "Saudi Gazette".

Eles foram presos na noite de quinta-feira a pedido da Comissão de Promoção da Castidade e Prevenção ao Vício.

A Comissão de Acusação e Investigação saudita, que investiga os 57 rapazes, afirma ter recebido relatos de "má conduta" dos jovens em vários shoppings em Meca.

Os responsáveis de alguns dos acusados defenderam suas ações, explicando que eles costumam se reunir durante os fins-de-semana para se divertir sem violar as leis que regulam a segregação dos sexos.

Dia dos Namorados

Este mês as autoridades sauditas já tinham imposto uma proibição à venda de rosas vermelhas e outras lembranças tradicionalmente usadas em vários países para marcar o Dia dos Namorados, celebrado em muitos lugares no dia 14 de fevereiro, também chamado de Dia de São Valentim.

A proibição foi determinada por causa da conexão com "uma data cristã pagã", além de a celebração ser considerada um incentivo às relações entre os sexos fora do casamento, prática que prevê punição pela lei vigente na Arábia Saudita.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Folha Publica Editorial sobre Processos da Igreja Universal contra Jornais.

A Folha de S.Paulo desta terça-feira (19) publica em sua primeira página um editorial sobre os processos movidos por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra os jornais "Extra", "O Globo", "A Tarde" e contra a própria Folha.

Nos processos, os fiéis se dizem ofendidos pelo teor de uma reportagem da jornalista Elvira Lobato, publicada em dezembro, que descreve as milionárias atividades do bispo Edir Macedo.

Leia abaixo a íntegra do Editorial.

Intimidação e má-fé

Bispos da Igreja Universal do Reino de Deus desencadeiam, contra os jornais "Extra", "O Globo", "A Tarde" e esta Folha, uma campanha movida pelo sectarismo, pela má-fé e por claro intuito de intimidação.

Em dezembro, a Folha publicou reportagem da jornalista Elvira Lobato descrevendo as milionárias atividades do bispo Edir Macedo. Logo surgiram, nos mais diversos lugares do país, ações judiciais movidas por adeptos da Igreja Universal que se diziam ofendidos pelo teor da reportagem.

Na maioria das petições à Justiça, a mesma terminologia, os mesmos argumentos e situações se repetiam numa ladainha postiça. O movimento tinha tudo de orquestrado a partir da cúpula da igreja, inspirando-se mais nos interesses econômicos do seu líder do que no direito legítimo dos fiéis a serem respeitados em suas crenças.

Magistrados notaram rapidamente o primarismo dessa milagrosa multiplicação das petições, condenando a Igreja Universal por litigância de má-fé. Prosseguem, entretanto, as investidas da organização.

Não contentes em submeter a repórter Elvira Lobato a uma impraticável seqüência de depoimentos nos mais inacessíveis recantos do país, os bispos se valeram da rede de televisão que possuem para expor a pessoa da jornalista, no afã de criar constrangimentos ao exercício de sua atividade profissional.

É ponto de honra desta Folha sempre ter repelido o preconceito religioso. A liberdade para todo tipo de crença é um patrimônio da cultura nacional e um direito consagrado na Constituição. A pretexto de exercê-lo, porém, os tartufos que comandam essa facção religiosa mal disfarçam o fundamentalismo comercial que os move. Trata-se de enriquecimento rápido e suspeito --e de impedir que a opinião pública saiba mais sobre os fatos.

Não é a liberdade para esta ou aquela fé religiosa que está sob ataque, mas a liberdade de expressão e o direito dos cidadãos à verdade.
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Fonte: Folha Online

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ex-bispo Confirma que Recebeu Dinheiro do PT na Eleição de 2002

RIO - Em tenso depoimento no processo que apura a existência do mensalão do PT, o ex-deputado e ex-bispo da Igreja Universal Carlos Rodrigues confirmou há pouco que recebeu os R$ 150 mil, sacados do Banco Rural, no segundo turno das eleições de 2002.

Segundo ele, o dinheiro era para pagar despesas no segundo turno da campanha presidencial de Lula no Rio. Ele contou ao juiz subtituto da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Érik Navarro Wolkart, que a quantia foi liberada um ano depois de uma reunião em São Paulo em que esteve com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o então presidente do antigo PL, Valdemar Costa Neto. Carlos Rodrigues lembrou que naquela eleição só apoiou a campanha do presidente Lula no segundo turno, já que no primeiro turno esteve ao lado do ex-candidato Anthony Garotinho, que também disputava a Presidência da República.

Sobre como foi usado o dinheiro, o ex-deputado disse ainda que sua defesa apresentará as provas ao longo do processo. Rodrigues negou ao juiz a existência do mensalão e afirmou que o PL sempre votou a favor de Lula e que sempre foi alinhado com o PT. O ex-deputado também falou de como é "difícil a vida de um parlamentar":

- Ao contrário do que a imprensa relata, a vida de parlamentar é muito difícil, cheia de sacrifícios. Nos fins de semana, somos obrigados a ir a casamentos e cumprimentar pelo menos 200 pessoas que não conhece. Às vezes, o parlamentar está se preparando para ir ao cinema, mas tem que colocar um terno e ir ao enterro de algum eleitor - disse ele.


O ex-bispo não quis dar entrevista e, perguntado sobre que função estava desempenhando agora, limitou-se a dizer:


- O meu Imposto de Renda mostra isso.


Rodrigues é acusado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
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Fonte: site de O Globo.

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domingo, 10 de fevereiro de 2008

Alexandre Frota diz que Cansou de Aprontar e Vira Evangélico.



Pelo menos aparentemente, Alexandre Frota virou religioso.

O ator de filme pornô, conhecido por seus barracos e pela farta vida amorosa, comentou que cansou disso tudo.

Frota está freqüentando a Bola de Neve, em Perdizes, bairro de São Paulo. A igreja é conhecida por ter jovens surfistas como fiéis e pelos seus cultos informais. Monique Evans também freqüenta a mesma igreja.
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Fonte: coluna Zapping, da Folha On Line.

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sábado, 9 de fevereiro de 2008

Juiz vê "Assédio Judicial" em Ações de Fiéis da Universal

O juiz Edinaldo Muniz dos Santos, 36, titular da comarca de Epitaciolândia, no Acre, extinguiu processo em que um reclamante, Edson Duarte Silva, pretendia obter indenização da Folha e da repórter Elvira Lobato por alegada ofensa com a reportagem sobre a Igreja Universal do Reino de Deus, intitulada "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", publicada em dezembro. O juiz entende que há um "assédio judicial", ou seja, "uma atuação judicial massificada e difusa da Igreja Universal contra o jornal". O reclamante pode recorrer da decisão.

Com petições de parágrafos idênticos, foram ajuizadas 47 ações de indenização por danos morais em Juizados Especiais de vários Estados. No Juizado Especial, ao contrário da Justiça comum, é muito mais fácil obter a condenação à revelia, segundo Santos. O juiz Alessandro Leite Pereira, de Bataguaçu (MS), condenou outro reclamante, Carlos Alberto Lima, por litigância de má-fé.

FOLHA - Por que o sr. extinguiu imediatamente o processo?
EDINALDO MUNIZ DOS SANTOS - Lendo a reportagem, vi de cara que o requerente, um simples fiel da igreja, era manifestamente ilegítimo, não poderia se aproveitar da matéria para pedir da Folha uma indenização. Legalmente só a própria Igreja Universal poderia, ao menos em tese.

FOLHA - Por que o sr. diz que está havendo um assédio judicial patrocinado pela Igreja Universal?
SANTOS - O Judiciário está sendo usado apenas para impor à parte requerida um prejuízo processual, isto com centenas de deslocamentos para audiências, passagens aéreas, advogados etc. O processo judicial, que é meio de punição e reparação, passa ser a própria punição.

FOLHA - Quais são os riscos quando os juízes, sem compreender a gravidade do caso, mandam citar os réus?
SANTOS - Se o requerido for citado e não comparecer, corre o risco de ser condenado à revelia. Depois, para desfazer isso leva tempo e dinheiro. O caminho da simples importunação judicial não é tão complicado. O "piloto automático" do Juizado Especial pode sim gerar injustiças que para serem desfeitas leva tempo e dinheiro.

FOLHA - Outro magistrado entendeu que houve litigância de má-fé. A extinção do processo é mais adequada para inibir essas tentativas?
SANTOS - A condenação dos fiéis da igreja por má-fé processual é cabível, sem nenhuma dúvida, se houver a citação. Não havendo, tenho minhas dúvidas, ainda mais considerando a complacente (infelizmente) jurisprudência dos tribunais sobre o assunto. O que há é a indevida atuação judicial massificada da igreja contra o jornal, com vários processos, quando o legalmente correto seria um processo só. Acho que a questão se encaixa melhor na figura do abuso de direito do artigo 187 do Novo Código Civil.

FOLHA - Esse "cerco", com pedidos nos vários rincões, é uma tentativa de intimidação ao livre exercício do jornalismo, como qualificou a Associação Nacional dos Jornais?
SANTOS - Concordo, pois o transtorno causado pelos processos é inegável. É preciso não esquecer que sempre há o risco de condenação à revelia, ainda mais no Juizado Especial, onde a presença do requerido nas audiências é obrigatória, sob pena de revelia e confissão.
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Reportagem de FREDERICO VASCONCELOS
Fonte: site da Folha.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Naves Espaciais de Papel.



Imagine, como dizia John Lennon.

Apesar de tudo, a ciência e o progresso são carregados dos sonhos da razão. Um astronauta imagina viajar ao espaço em um aviãozinho de papel. Essa nave espacial particular retorna à terra em uma velocidade diversas vezes superiores ao som.

A NASA sabe que em matéria de segundos se transformaria em fogo por causa do calor gerado pela fricção de encontro à atmosfera. Os cientistas japoneses também sabem disso, mas há um indivíduo que pensa que o aviãozinho de papel pode adentrar a terra antes de desintegrar-se e ser o projeto das naves espaciais do futuro.

Evidentemente, um astronauta não pode retornar à terra em um avião de papel. Não, pelo menos se não quiser ver mais sua família. Mas, o que pode fazer esse astronauta é enviar o aviãozinho para ver o que acontece. Shinichi Suzuki agradeceria a ele.

As naves espaciais de Suzuki

Suzuki é professor da Universidade de Tokyo. Junto com seu equipamento, desenvolveu o avião de papel do tamanho de bolso. Bom, mais de um, cerca de cem. Agora, ele quer convencer a NASA, de modo que um dos astronautas japoneses que devem viajar à estação espacial envie os aviõezinhos de volta para a terra, como informa a televisão de transmissão pública britânica, em sua página na Internet.

Essa frota invasora foi projetada pela associação aeronáutica Origami, que pediu ajuda a Suzuki para realizar a experiência. O objetivo dessa experiência é obter meios para ajudar a projetar as naves espaciais do futuro. Além disso, poderia servir para construir naves para explorar os limites da atmosfera.

Esmagado aos sete segundos

As experiências foram com aviões de oito centímetros de comprimento, pesando 30 gramas. Também levarão ao espaço outros maiores, muito parecidos. São de papel, mas tratados com um material mais resistente ao calor. Nas experiências feitas até o momento nos túneis de vento, os protótipos resistiram velocidades até sete vezes superiores à velocidade do som e temperaturas ao redor 300 graus, durando cerca de seis ou sete segundos, antes de serem esmagados.

As circunstâncias que foram postas no laboratório são mais duras do que aquelas que teriam que enfrentar ao adentrar a atmosfera terrestre. Os cientistas imaginam que o aviãozinho poderia tocar a terra. Por essa razão querem fabricar cem deles. Calculam que o protótipo tenha somente 5% de possibilidades de se afundar no mar. Emitindo cem, poderão, pelo menos, recuperar alguns.

Assim, se você vir um avião de papel nas nuvens, ou se algum deles cair em suas mãos, procure por uma inscrição: talvez haja alguma mensagem escrita em sua superfície.
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Fonte: EL PAIS.
Tradução: Carlos Gasparotto.

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Como ler a Bíblia.



Quando você lê um romance ou peça de teatro, não tem como julgar a verossimilhança das situações e dos caracteres se antes não deixar que a trama o impressione e seja revivida interiormente como um sonho. Ficção é isso: um sonho acordado dirigido. Como os personagens não existem fisicamente (mesmo que porventura tenham existido historicamente no passado), você só pode encontrá-los na sua própria alma, como símbolos de possibilidades humanas que estão em você como estão em todo mundo, mas que eles encarnam de maneira mais límpida e exemplar, separada das contingências que podem tornar obscura a experiência de todos os dias. A leitura de ficção é um exercício de autoconhecimento antes de poder ser análise literária, atividade escolar ou mesmo diversão: não é divertido acompanhar uma história opaca, cujos lances não evocam as emoções correspondentes.

A mesma exigência vigora para os livros de História, com o atenuante de que em geral o historiador já processou intelectualmente os dados e nos fornece um princípio de compreensão em vez da trama bruta dos acontecimentos. Se você não apreende os atos dos personagens históricos como símbolos investidos de verossimilhança psicológica, não tem a menor condição de avaliar em seguida se são historicamente verdadeiros ou não. Um livro de História tem de ser lido primeiro como ficção, só depois como realidade.

O problema é que nem sempre as possibilidades que dormem no fundo da nossa alma nos são conhecidas -- e então não podemos reconhecê-las quando aparecem na ficção ou na História. O resultado é que a narrativa se torna opaca. Pior ainda, você pode se deixar enganar por falsas semelhanças, reduzindo os símbolos da narrativa a sinais convencionais das possibilidades já conhecidas, senão a estereótipos banais da atualidade. O reconhecimento interior não é só um exercício de memória, mas um esforço sério para ampliar a imaginação de modo que ela possa abarcar mesmo as possibilidades mais extremas e inusitadas. Você não pode fazer isso se não se dispõe a descobrir na sua alma monstros, heróis e santos que jamais suspeitaria encontrar lá.

Compreensivelmente, os monstros são mais fáceis de descobrir do que os heróis e santos. O medo, o nojo, a raiva e o desprezo são emoções corriqueiras, e eles bastam para tornar verossímil o que quer que nos pareça ser pior do que nós mesmos. Já aquilo que é nobre e elevado só transparece a quem o ama, e esse amor traz imediatamente consigo um sentimento de dever, de obrigação, como no célebre soneto de Rilke em que a perfeição de uma estátua de Apolo transcende a mera contemplação estética e convoca o observador a mudar de vida, a tornar-se melhor. A impressão humilhante de não estar à altura desse apelo produz quase automaticamente uma reação negativa -- o despeito. Negando a existência do melhor, reduzindo-o ao banal ou fazendo dele uma camuflagem enganosa do feio e do desprezível, a alma encontra um alívio momentâneo para o seu orgulho ferido, restaurando uma auto-imagem tranqüilizante à custa de encurtar miseravelmente a medida máxima das possibilidades humanas.

Se esse problema existe em qualquer livro de ficção ou de História, imaginem na Bíblia, onde o personagem central é o próprio Deus. Abrir-se ao chamado da perfeição divina é trabalho para uma vida inteira e mais uns dias, e vem entremeado de inumeráveis derrotas e humilhações -- mas sem isso você não compreenderá uma só palavra da Bíblia. Cem por cento do ateísmo militante consistem em despeito e incapacidade de leitura séria.
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Fonte: Blog do Olavo de Carvalho.

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Angola Fecha Igrejas Maná, de Jorge Tadeu.

Lisboa, 1° fev (Lusa) - A Igreja Maná vai recorrer da decisão do governo de Angola, que proibiu a instituição de exercer qualquer atividade no país, anunciou nesta sexta-feira o líder da confissão religiosa Jorge Tadeu.

"O nosso advogado disse-nos que o que estão a fazer é um ato inconstitucional", disse à Agência Lusa Jorge Tadeu, adiantando que o defensor da instituição "vai impugnar" a decisão.

Um decreto publicado no dia 25 de janeiro no Diário da República de Angola sustenta a decisão de revogação do reconhecimento oficial da Igreja Maná com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça onde foram detectadas "violações sistemáticas" da lei angolana e da ordem pública.

Em entrevista concedida à Lusa, Jorge Tadeu garante que nem os dirigentes da Igreja Maná em Angola - o bispo Joaquim Muanda e o bispo Miguel Carvalho - nem os líderes em Lisboa foram "chamados, notificados ou acusados de coisa nenhuma".

"Fomos apanhados de surpresa", garantiu o líder religioso, acrescentando que os responsáveis da instituição estão a lidar com o assunto com toda a serenidade.

"O nosso advogado diz que estamos a proceder bem. Vai impugnar o ato e está muito otimista porque nunca fomos ouvidos", acrescentou.

O fundador e líder da Igreja Maná disse ainda que o decreto contém imprecisões, entre as quais a de que o processo é contra "a Igreja Maná representada por Jorge Tadeu".

"Não está correto. Não represento a igreja lá. Temos igrejas legalizadas em vários países e cada uma tem a sua estrutura. É-lhes dada autonomia administrativa e financeira", explicou.

Disse ainda que o decreto acusa a Igreja Maná em Angola de "usar a liberdade religiosa para praticar atos incompatíveis com a vida, atos contra a integridade física das pessoas, contra a dignidade das pessoas e contra a ordem pública".

"É precisamente o oposto. As pessoas estão chocadas. Em termos bíblicos, fala-se de perseguição religiosa", destacou.

Para o líder da Igreja Maná, esta situação é resultado de "um equívoco" e terá sido conseqüência de um "ato arbitrário de alguém que se deixou enganar".

"Por vezes assinam-se documentos na boa-fé", afirmou.

Jorge Tadeu disse ainda à Lusa que suspeita quem possa estar por detrás dessa proibição do governo angolano e apontou "um antigo líder Maná em Angola".

Uma das polêmicas em que a Igreja Maná esteve envolvida foi apontada em maio de 2007, quando o bispo José Luís Gambôa foi suspenso por suposto desvio de fundos que teriam sido doados pela petrolífera Sonangol, com o objetivo de construir uma escola.

No entanto, o bispo Joaquim Muanda, que substituiu José Luís Gambôa na liderança Maná em Angola, disse publicamente que não havia provas de que esse dinheiro fosse fruto de uma doação da Sonangol, onde o seu antecessor trabalhava.

Mas o próprio ex-bispo Gambôa confirmou na imprensa angolana que a verba em causa, cerca de um milhão de dólares, estava na sua conta bancária pessoal, tendo-a retirado da Igreja.

A justificação para o que fez, segundo o próprio, era impedir que o dinheiro fosse transferido para Portugal, alegando que deveria ser gasto em Angola, onde foi angariado.

Todos os templos da Igreja Maná em Angola vão estar fechados este fim-de-semana, mas os seus dirigentes estão a avisar os fiéis do que se está a passar e a pedir serenidade.

"Não vamos criar desacatos para não sermos aquilo de que nos acusam", disse Jorge Tadeu.

Instalada em Angola há 20 anos, a Igreja Maná tem, segundo Jorge Tadeu, naquele país "entre 600 a 900 igrejas", a maior parte em Luanda e arredores, mais de 1.200 milhões de fiéis e um bom relacionamento com o governo.

"Não estou a ver como é possível não nos darmos bem. É um equívoco, com certeza", afirmou Jorge Tadeu.

A Igreja Maná está implantada em Angola nas províncias de Benguela, Huila, Huambo, Namibe, Moxico, Malange, Lunda Sul, Cabinda, Bengo, Cunene e Luanda.

No mundo, a Igreja Maná tem presença em 20 países, uma dezena deles africanos, e propôs-se na gênese levar a palavra de Cristo a todos os falantes da língua portuguesa.
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Fonte: Uol/Últimas Notícias
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Conheci o Apóstolo Jorge Tadeu, há cerca de 20 anos, em Santos, e acredito que a Igreja Maná não seja uma igreja causadora de distúrbios.
Provavelmente seja mais uma vítima de perseguição pessoal ou religiosa.

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